Falta água, falta tudo
Misto de descaso do poder público, falta de gestão e planejamento governamental e uma ainda incipiente mentalidade de preservação do uso pela população, a falta de água em várias regiões do país colocou também São Paulo em estado máximo de alerta em 2014. Se a hipótese de racionamento foi inicialmente afastada, para 2015 fica o desafio de enfrentar uma crise prolongada. Confira abaixo a edição nº 4 do jornal Viva Voz:
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Dessalinização: alternativa possível?
Por Luís Felipe Volpato Santos e Eduardo Medeiros Milszwski (9º ano EF) O processo de dessalinização custa cinco vezes mais do que o processo de água tratada, mas, em tempos de crise hídrica, alternativas para obtenção de água potável são sempre bem-vindas. No texto de Luis Felipe Volpato e Eduardo Medeiros Milszwski (9º ano EF), a descrição do processo bem como o exemplo de Israel que utiliza a dessalinização há bastante tempo são apresentados para nossa reflexão. Outras abordagens e questionamentos a respeito da falta de água em São Paulo compõem a edição nº 4 do Viva Voz 97% da água do planeta estão nos mares e oceanos, isto é, trata-se de água salgada, que é imprópria para consumo, a não ser que seja feita dessalinização. Alguns países que sofrem com escassez de água, como Israel, usam esse processo há algum tempo. Com a água dessalinizada os israelenses conseguem abastecer uma porcentagem significativa da população. Um dos processos usados é o de evaporação. A água salgada é colocada em um tanque com fundo preto e teto de vidro transparente, este tanque permite que o calor do sol evapore a água. Então o vapor de água passa por um resfriamento e se converte em líquido por condensação. Em Israel, além das medidas tomadas com a dessalinização, o que eles mais prezam é a conscientização das pessoas. Com essa conscientização, surgem as novas ideias, como a criação de novos sistemas. O sistema de irrigação é muito usado em Israel, com o objetivo de economizar água no setor da agricultura. Nesse sistema, a água corre sob pressão por tubos até a raiz da planta. No Brasil, como não há aquela sensação de escassez de água, muitas pessoas não têm o costume de economizar água nas suas atividades rotineiras. Mas agora, com a crise hídrica e com as multas para as pessoas que desperdiçarem água, essa economia de água está se tornando uma realidade. Embora a chuva de certa forma esteja ajudando – o mês de Março foi bem em questão de chuvas, até a metade do mês tinha chovido aproximadamente 19,4 % do esperado para o mês, segundo o jornal Folha de 15/03/2015 –, infelizmente a situação do Cantareira continua crítica. Ainda que o nível da represa tenha tido um leve aumento com a ajuda dessas chuvas, não foi muito significativo, e o volume morto continua sendo usado. Com a situação da Cantareira piorando cada vez mais, o governo continua a procura de soluções a curto prazo. Foi por causa dessa crise que, na segunda semana de fevereiro de 2015, começou a ser montada uma reunião do governo do estado para discutir a criação de um sistema de dessalinização de água – o que poderia ajudar as represas. O Brasil é um país banhado por água doce, mas mesmo assim algumas regiões, como Fernando de Noronha e Maranguape, já têm esse sistema de dessalinização de água. O processo de dessalinização custa cinco vezes mais do que o processo de água tratada, que custa 0,33 centavos a cada mil litros. A água acaba saindo mais cara. Então, para muitos, esse processo não seria tão vantajoso.
