23 de abril de 2019

A cidade que queremos

A participação democrática só concretiza se for possível percebê-la como uma ferramenta com potencial efetivo de transformação. A visita da articuladora da rede Circuito Integrado Alexandra Swerts à Fazarte esta semana foi sobre isso. A partir do exemplo de recuperação da Praça Nova Lapa, em 2012, a ativista pôde compartilhar com alunos do 1º ao 5º anos do Ensino Fundamental a importância da articulação de uma rede, composta por diversos atores sociais, para alcançar quaisquer demandas que a comunicade tenha. Sua atuação segue a temática da territorialidade e da conscientização de se apropriar do espaço público e cuidá-lo coletivamente, e faz parte do projeto Natureza e Arte, desenvolvido na escola.

O trabalho de sensibilização na Fazarte teve início com a familiarização de um mapa em relevo da Vila Leopoldina, onde as crianças indicavam pontos que reconheciam, como o encontro dos rios Tietê e Pinheiros. A praça em questão está localizada no coração do mapa, na rua x com a rua x. Já abrigava um canteiro de obras prestes a se converter num lixão, quando pais e crianças de uma escola vizinha, onde os filhos de Alexandra estudavam, mobilizaram forças para protestar e reverter o processo. Ocuparam o local com atividades de dança, ioga, plantios e reuniões, além de colherem 700 firmas contrárias à ação da prefeitura. Com o abaixo-assinado em mãos e a prova de que a praça abrigava uma nascente (o que, por lei, proíbe qualquer tipo de construção ao redor), recorreram ao Ministério Público. Vitória!

Alexandra enfatizou para os alunos da FazArte: “fazer juntos foi o que salvou a praça”. Nesse momento, todos se posicionaram na quadra para recontar a história da Praça Nova Lapa por meio de uma dinâmica que evidenciava os grupos envolvidos (crianças, moradores, conselheiros, imprensa, Ministério Público, Prefeitura, redes sociais). Em roda, cada criança que assumia um dos papeis citados, aguentava também a ponta de um longo fio vermelho, formando ao final uma clara rede interligando todos e evidenciando os relacionamentos, denominados por eles de “teia”.

Confira a galeria de fotos da atividade: